sexta-feira, 28 de maio de 2010

A ODISSEIA DE HOMERO (ADAPTAÇÃO DE JOÃO DE BARROS)

FICHA DE COMPREENSÃO DOS CAPÍTULOS I A V Responde às questões:

1. Quem era Helena?


2. Porque se deu a Guerra de Tróia?


3. Onde se situa Ítaca?


4. Quantos anos durou a guerra de Tróia?

5. Calipso amava Ulisses. Porém, o rei só tinha um desejo. Qual?

6. Quem decidiu pedir a Júpiter ajuda para que a ninfa deixasse Ulisses partir?

7. Qual é o deus do mar?

8. Quem ajudou o deus do mar a provocar a tempestade que quase matou o rei de Ítaca?

9. Onde aportou Ulisses depois da terrível tempestade?

10. A que povo pertencia Nausica?

11. Depois de conversar com Ulisses, o que é que a princesa ordenou às criadas?

12. Como era o enorme cavalo de pau que Ulisses mandou construir para derrotar Tróia?

13. Por que motivo Ulisses chorava enquanto Demódoco cantava?

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Num bairro moderno

Esquema síntese do poema "Num bairro moderno", de Cesário Verde.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Teste sobre Os Maias de Eça de Queirós


I
A
Lê atentamente o texto que se segue.

"Diante deles o hipódromo elevava-se suavemente em colina, parecendo, depois da poeirada quente da calçada e das cruas reverberações da cal, mais fresco, mais vasto, com a sua relva já um pouco crestada pelo sol de Junho, e uma ou outra papoula vermelhejando aqui e além. Uma aragem larga e repousante, chegava vagarosamente do rio.
No centro, como perdido no largo espaço verde, negrejava, no brilho do sol, um magote apertado de gente, com algumas carruagens pelo meio, donde sobressaíam tons claros de sombrinhas, o faiscar de um vidro de lanterna, ou um casaco branco de cocheiro. Para além, dos dois lados da tribuna real forrada de um baetão vermelho de mesa de repartição, erguiam-se as duas tribunas públicas, com o feitio de traves mal pregadas, como palanques de arraial. A da esquerda, vazia, por pintar, mostrava à luz as fendas do tabuado. Na da direita, besuntada por fora de azul-claro, havia uma fila de senhoras quase todas de escuro encostadas ao rebordo, outras espalhadas pelos primeiros degraus; e o resto das bancadas permanecia deserto e desconsolado, de um tom alvadio de madeira, que abafava as cores alegres dos raros vestidos de Verão. Por vezes a brisa lenta agitava no alto dos dois mastros o azul das bandeirolas. Um grande silêncio caía do céu faiscante.
Em volta do recinto da tribuna, fechado por um tapume de madeira, havia mais soldados de Infantaria, com as baionetas lampejando ao sol. E no homem triste que estava à entrada, recebendo os bilhetes, metido dentro de um enorme colete branco, reteso de goma, e que lhe chegava até aos joelhos – Carlos reconheceu o servente do seu laboratório. (…)
No recinto em declive, entre a tribuna e a pista, havia só homens, a gente do Grémio, das secretarias e da casa Havanesa; a maior parte à vontade, com jaquetões claros, e de chapéu-coco; outros mais em estilo, de sobrecasaca e binóculo a tiracolo, pareciam embaraçados e quase arrependidos do seu chique. Falava-se baixo, com passos lentos pela relva, entre leves fumaraças de cigarro. Aqui e além um cavalheiro, parado, de mãos atrás das costas, pasmava languidamente para as senhoras. Ao lado de Carlos dois brasileiros queixavam-se do preço dos bilhetes, achando aquilo uma “Sensaboria de rachar”.
Defronte a pista estava deserta, com a relva pisada, guardada por soldados: e junto à corda, do outro lado, apinhava-se o magote de gente, com as carruagens pelo meio, sem um rumor, numa pasmaceira tristonha, sob o peso do sol de Junho. Um rapazote com uma voz dolente, apregoava água fresca. Lá ao fundo o largo Tejo faiscava, todo azul, tão azul como o céu, numa pulverização fina de luz. (…)
Os outros voltaram-se. Era o Sequeira, com a face como um pimentão, entalado numa sobrecasaca curta que o fazia mais atarracado, de chapéu branco sobre o olho e grande chicote debaixo do braço.
Aceitou um copo de champanhe e teve muito prazer em conhecer o Sr. Clifford…
– E o que me diz você a esta sensaboria? ­ Exclamou ele logo, voltando-se para Carlos.
Enquanto a si, estava contente, pulava… Aquela corrida insípida, sem cavalos, sem jóqueis, com meia dúzia de pessoas a bocejar em roda, dava-lhe a certeza que eram talvez e que o Jockey Club rebentava… E ainda bem! Via-se a gente livre de um divertimento que não estava nos hábitos do País. Corridas era para se apostar. Tinha-se apostado? Não? Então histórias!... Em Inglaterra e em França, sim! Aí eram um jogo como a roleta, ou como o monte… Até havia banqueiros, que eram bookmakers… Então já viram!”

Eça de Queirós, Os Maias (Cap. X)


1. O espaço tinha sido preparado para a ocasião. Transcreve do segundo e do terceiro parágrafos expressões que evidenciem a improvisação.
2. Descreve o vestuário das pessoas presentes, registando os contrates que se evidenciam.
3. Transcreve do texto expressões que provem o provincianismo na organização deste evento.
4. No texto o discurso indirecto livre é utilizado. Justifica, retirando um excerto.
5. Classifica a focalização do narrador neste excerto da obra.


B

“Apesar de ser uma obra realista, n’ Os Maias são evidentes características da tragédia grega.”
Num texto entre 60 a 100 palavras, comenta a afirmação transcrita, num texto bem estruturado.

II

Lê o texto que se segue e selecciona a alínea correcta para cada questão:

“Este livro reúne alguns dos textos que mensalmente e ao longo dos últimos anos fui publicando (…). A estranheza do título justifica uma explicação, para que ele não passe como um mero exercício de estilo.
Quando era pequeno — muito pequeno, talvez oito ou dez anos — lembro-me de estar deitado na banheira, em casa dos meus pais, a ler um livro de quadradinhos. Era uma aventura do David Crockett, o desbravador do Kentucky e do Tenessee, que haveria de morrer na mítica batalha do Forte Álamo. Nessa história, o David Crockett era emboscado por um grupo de índios, levava com um machado na cabeça, ficava inconsciente e era levado prisioneiro para o acampamento índio. Aí, dentro de uma tenda, dia e noite, molhando-lhe a testa com água, havia uma índia muito bonita — uma “squaw”, na literatura do Far-West — que cuidava dele, dia e noite, molhando-lhe a testa com água, tratando das suas feridas e vigiando o seu coma. E, a certa altura, ela murmurava para o seu prostrado e inconsciente guerreiro: “não te deixarei morrer, David Crockett!”
Não sei porquê, esta frase e esta cena viajaram comigo para sempre, quase obsessivamente. Durante muito tempo, preservei-as à luz do seu significado mais óbvio: eu era o David Crockett, que queria correr mundo e riscos, viver aventuras e desvendar Tenessees. Iria, fatalmente, sofrer, levar pancada e ficar, por vezes inconsciente. Mas ao meu lado haveria sempre uma índia, que vigiaria o meu sono e cuidaria das minhas feridas, que me passaria a mão pela testa quando eu estivesse adormecido e me diria: “não te deixarei morrer, David Crockett!” E, não só por isso, eu sobreviria a todos os combates. Banal, elementar.
Porém, mais tarde, comecei a compreender mais coisas sobre as emboscadas, os combates e o comportamento das índias perante os guerreiros inconscientes. Foi aí que percebi que toda a minha interpretação daquela cena estava errada: o David Crockett representava sim a minha infância, a minha crença de criança numa vida de aventuras, de descobertas, de riscos e de encontros. Mas mais, muito mais do que isso: uma espécie de pureza inicial, um excesso de sentimentos e de sensibilidade, a ingenuidade e a fé, a hipótese fantástica da felicidade para sempre. (…)”
Miguel Sousa Tavares, Não Te Deixarei Morrer, David Crockett

Selecciona a opção correcta para cada questão.

1. Com a afirmação “esta frase e esta cena viajaram comigo para sempre” , o autor quer dizer que
a. se sentia marcado para toda a vida por aquela frase e aquela cena.
b. transportava consigo, sempre que viajava, um livro de David Crockett.
c. se lembrava daquela frase e daquela cena sempre que viajava.
d. tinha aquela frase gravada na pasta que usava em viagem.

2. Na frase iniciada por “Foi aí que” , o autor assinala o momento em que
a. leu a história aventurosa e acidentada do desbravador David Crockett.
b. tomou consciência de que David Crockett era o símbolo da sua infância.
c. sentiu a necessidade de preservar na memória o herói David Crockett.
d. julgou que era David Crockett, o mítico combatente de Forte Álamo.

3. A perífrase verbal em “e ao longo dos últimos anos fui publicando” traduz uma acção
a. momentânea, no passado.
b. repetida, do passado ao presente.
c. apenas começada, no passado.
d. posta em prática, no momento.

4. A locução “para que” permite estabelecer na frase uma relação de
a. causalidade.
b. completamento.
c. finalidade.
d. retoma.

5. O uso do travessão duplo justifica-se pela necessidade de
a. destacar uma explicitação.
b. registar falas em discurso directo.
c. marcar alteração de interlocutor.
d. sinalizar uma conclusão.

6. O uso repetido do nome “David Crockett”
a. constitui um mecanismo de coesão lexical.
b. assegura a progressão temática.
c. constitui um processo retórico.
d. assegura a coesão interfrásica do texto.

7. Assinala se as afirmações são verdadeiras (V) ou falsas (F):
a. No segmento textual “lembro-me de estar deitado” o verbo constitui uma referência deíctica textual.
b. O constituinte “inconsciente” em “Nessa história, o David Crockett (…) ficava inconsciente” desempenha, na frase, a função de predicativo do sujeito.
c. Os vocábulos “batalha” e “combates” mantêm entre si uma relação de antonímia.
d. O antecedente do pronome relativo “que” é “uma índia muito bonita” .
e. Em “molhando-lhe a testa com água, tratando das suas feridas e vigiando o seu coma” , as formas verbais “molhando”, “tratando” e “vigiando” traduzem o modo continuado como a índia cuidava de David Crockett.
f. Na frase “ela murmurava para o seu prostrado e inconsciente guerreiro” , os adjectivos têm um valor restritivo.
g. Em “não te deixarei morrer, David Crockett” , “te” e “David Crockett” são referências deícticas pessoais.
h. Na frase “preservei-as à luz do seu significado mais óbvio” , o referente de “as” é “esta frase e esta cena” .
i. A frase “que vigiaria o meu sono” é subordinada relativa restritiva.
j. O conector “Porém” introduz uma relação de oposição entre o que anteriormente foi dito e a ideia exposta posteriormente.

III


Selecciona apenas uma hipótese e constrói um texto coerente entre cento e cinquenta e duzentas palavras:

a. Comenta o cartoon tendo em conta o excessivo uso do telemóvel e a sua influência na vida dos jovens da tua idade.


b. Observa a vinheta apresentada e, num texto argumentativo-expositivo, reflecte sobre as relações entre pais e filhos.
(as imagens não puderam ser carregadas. Porém, considero que as questões são simples).

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Frei Luís de Sousa

O Romantismo na obra

O Frei Luís de Sousa apresenta alguns dos tópicos românticos, tais como:

- Sebastianismo - alimentado por Telmo e Maria;
- patriotismo e nacionalismo - além do que decorre do
Sebastianismo, deve-se ter em conta o comportamento de Manuel de Sousa Coutinho ao incendiar o seu próprio palácio para impedir que fosse ocupado pelos Governadores ao serviço de Castela;
- crenças e superstições - alimentadas por
Madalena, Telmo e Maria, que, sistematicamente, aludiam a agouros, visões, sonhos;
- religiosidade - uma referência de todas as personagens; note-se, no entanto, a religiosidade de
Manuel de Sousa Coutinho, que inclui o uso da razão e que determina a entrada em hábito como solução do conflito; Madalena, por exemplo, não compreende a atitude de Joana de Castro, a condessa de Vimioso que se tornou freira (Soror Joana);
- individualismo - o confronto entre o indivíduo e a sociedade é particularmente visível em
Madalena;
- tema da morte - a morte como solução dos conflitos é um tema privilegiado pelos românticos; no caso do Frei Luís de Sousa, verifica-se:
- a morte física de Maria (morre tuberculosa);
- a morte simbólica de Madalena e de Manuel, que, ao tomarem o hábito, morrem para a vida mundana;
- morte simbólica de
D. João de Portugal que, depois de admitir que morreu no dia em que sua mulher o julgou morto, simbolicamente, morre uma segunda vez, quando Telmo, depois de lhe ter desejado a morte física como única maneira de salvar a sua menina, o seu anjo (Maria), aceita colaborar com o Romeiro no sentido de afirmar que se trata de um impostor, numa última tentativa de evitar a catástrofe;
- morte psicológica de Telmo
;

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Cine-ficha de apreciação de filme


CINE-FICHA (apreciação de filmes)

Nome do aluno:
Nº Ano: Turma:

Título:


Realizador:


Argumentista:


Actores principais:


Actores Secundários:

Contextualização (histórica, política, social…):


Espaço(s) da acção:


Breve resumo:

Aspectos que mais apreciei:

Aspectos que menos apreciei:

Balanço crítico:

quarta-feira, 12 de maio de 2010

O NOME


*O NOME*
1. Organiza, em duas colunas, os nomes seguintes, conforme sejam concretos ou abstractos:
Saudade, hospital, semana, montanha, fama, paixão, escola, desporto, orgulho, felicidade, inteligência, exercício, televisão, valentia, homem, árvore, opinião, verdade, canção, livro.
Nomes concretos: Nomes abstractos:


2. No texto que se segue, sublinha todos os nomes que encontrares.

“Era o leão que dirigia a manobra. Conquistava o terreno passo a passo, mais silencioso que o silêncio, mais paciente que a paciência, mais atento que a atenção. A leoa seguia-o, repetia os seus movimentos.”

3. Dos nomes que se seguem, sublinha os que são colectivos :

Manada, chama, leão, rebanho, multidão, vinha, caneta, escola, biblioteca, cão, água.

4. Completa com os nomes colectivos apropriados:
a) Na Primavera aparecem _________________________ de andorinhas.
b) O meu avô tem uma ________________________ de cães.
c) Hoje vi um __________________________ de pargos no Aquário.
d) No Alentejo há muitas _______________________ de porcos.
e) Os Açores são um _________________________.


5. Indica se os nomes que se seguem são epicenos, comuns de dois ou sobrecomuns:
a) a testemunha

b) o/a jornalista

c) a águia-macho

d) a baleia-fêmea

e) o/a jovem

f) a vítima


6. Completa o quadro :
Grau diminutivo Grau normal Grau aumentativo
casinha
gatarrão

homem
cão



7. Escreve frases onde utilizes os nomes apresentados:
Agricultor

Promessa
Amor

Saudades
Fraqueza
Balão
Patrão
Lápis
Enxame
Coro
9. Faz a tua apresentação, fala dos teus gostos e da tua vida, e não esqueças de sublinhar todos os nomes presentes .

BOM TRABALHO !!!!

A PROFESSORA: Lucinda Cunha

terça-feira, 11 de maio de 2010

OS ADJECTIVOS



1. Forma um adjectivo a partir do nome, como no exemplo. (20)
Ex.: Quem revela sensibilidade é sensível.
Quem revela
a) Solidariedade é ______________________________.
b) Sinceridade é _______________________________.
c) Compreensão é _________________________________.
d) Simplicidade é __________________________________.
e) Delicadeza é ___________________________________.
f) Falsidade é ____________________________________.
g) Egoísmo é ____________________________________.
h) Gentileza é ____________________________________.
i) Humildade é __________________________________.
j) Audácia é ___________________________________.

2. Completa as frases com o superlativo absoluto sintético do adjectivo destacado. (16)
a) Ofereci à Joana um presente muito original; ela achou-o _____________________.
b) O meu cão é um animal feliz; a minha mãe diz que é ________________________.
c) A minha avó é uma pessoa bastante amável; é ____________________________.
d) Conheço um político muito célebre; as pessoas acham-no ___________________.
e) No meu bairro, moram algumas pessoas muito pobres; penso que elas são _________________________________.
f) O herói do livro que li é bem cruel; é um herói ___________________________.
g) Eu e o meu irmão fomos ao cinema ver um filme bastante mau; achámo-lo __________________________.
h) O meu irmão recém-nascido é muito pequeno; é um bebé ____________________.

3. Descobre o grau em que se encontram os adjectivos nas frases seguintes: (18)
a) Para mim, o Euro 2004 foi mais importante que os Jogos Olímpicos.
___________________________________________________________________
b) Nem sempre os antibióticos são o melhor remédio…
___________________________________________________________________
c) Os surdos são muito expressivos.
___________________________________________________________________
d) O ponto de História foi dificílimo.
___________________________________________________________________
e) Seja responsável. Prepare o exame.
___________________________________________________________________
f) A Joana é mais bonita que a irmã.
____________________________________________________________

4. Sublinha os adjectivos (12 no total) nas frases seguintes: (12)
a) Nesta loja requintada praticam-se preços exagerados.
b) As más condições atmosféricas não permitiram que o avião levantasse voo.
c) A chave grande e ferrugenta abre esta porta antiga.
d) A criança de olhos azuis adorava a boneca loura de olhos grandes e sorriso aberto.
e) Na discoteca, os jovens dançam ao ritmo alucinante de músicas modernas.

5. Relaciona os nomes (LETRAS) com os adjectivos qualificativos (NÚMEROS) correspondentes como no exemplo: (19)
a) cabelo - 5
1- juvenil
b) fígado
2- cutâneo
c) cabeça
3- planetário
d) ilha
4- estrelado
e) morte
5- capilar
f) direito
6- senil
g) mestre
7- eólico
h) umbigo
8- onírico
i) pele
9- têxtil
j) vento
10- astronómico
k) sonho
11- magistral
l) tecido
12- jurídico
m) velho
13- apático
n) jovem
14- insular
o) clero
15- hepático
p) astro
16- musical
q) estrela
17- cefálico
r) planeta
18- letal
s) música
19- umbilical
t) apatia
20- clerical


6.Indica o grau do adjectivo: (6)
a) Hobbes, o tigre de peluche de Calvin, é o amigo imaginário mais famoso da banda desenhada.
b) Ambos são muito brincalhõeS.


7.Constrói três frases com o adjectivo “alto” nos seguintes graus: (9)
a) Comparativo de igualdade:
b) Superlativo relativo de superioridade:
c) Superlativo absoluto analítico:

BOM TRABALHO !!!!

A PROFESSORA: Lucinda Cunha

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Pontapés na língua

Aparece cada disparate (fotos minhas)...









TESTE DE AVALIAÇÃO SOBRE "MEMORIAL DO CONVENTO"


I
A
Leia o texto com atenção e responda às questões que se seguem.


“Enfim o rei bate na testa, resplandece-lhe a fronte, rodeia-o o nimbo da inspiração, E se aumentássemos para duzentos frades o convento de Mafra, quem diz duzentos, diz quinhentos, diz mil, estou que seria uma acção de não menor grandeza que a basílica que não pode haver. O arquitecto ponderou, Mil frades, quinhentos frades, é muito frade, majestade, acabávamos por ter de fazer uma igreja tão grande como a de Roma, para lá poderem caber todos, Então, quantos, Digamos trezentos, e mesmo assim já vai ser pequena para eles a basílica que desenhei e está a ser construída, com muitos vagares, se me é permitido o reparo, Sejam trezentos, não se discute mais, é esta a minha vontade, Assim se fará, dando vossa majestade as necessárias ordens.
Foram dadas. (…) D. João V levantou-se da sua cadeira, beijou a mão do provincial, humildando o poder da terra ao poder do céu, e quando se tornou a sentar repetiu-se-lhe o halo em redor da cabeça, se este rei não se cautela acaba santo.
Retirou-se rasando vénias João Frederico Ludovice para ir reformar os desenhos, recolheu-se o provincial
[1] à província para ordenar os actos congratulatórios adequados e dar a boa nova, ficou o rei, que está em sua casa, agora esperando que regresse o almoxarife[2] que foi pelos livros da escrituração, e quando ele volta pergunta-lhe, depois de colocados sobre a mesa os enormes in-fólios[3], Então diz-me lá como estamos de deve e haver. O guarda-livros leva a mão ao queixo parecendo que vai entrar em meditação profunda, abre um dos livros como para citar uma decisiva verba, mas emenda ambos os movimentos e contenta-se com dizer, Saiba vossa majestade de que, haver, havemos cada vez menos, e dever, devemos cada vez mais, Já o mês passado me disseste o mesmo, E também o outro mês, e o ano que lá vai, por este andar ainda acabamos por ver o fundo ao saco, majestade, Está longe daqui o fundo dos nossos sacos, um no Brasil, outro na Índia, quando se esgotarem vamos sabê-lo com tão grande atraso que poderemos então dizer, afinal estávamos pobres e não sabíamos, Se vossa majestade me perdoa a o atrevimento, eu ousaria dizer que estamos pobres e sabemos, Mas, graças sejam dadas a Deus, o dinheiro não tem faltado, Pois não, e a minha experiência contabilística lembra-me todos os dias que o pior pobre é aquele a quem o dinheiro não falta, isso se passa em Portugal, que é um saco sem fundo, entra-lhe o dinheiro pela boca e sai-lhe pelo cu, com perdão de vossa majestade, Ah, ah, ah, riu o rei, essa tem muita graça, sim senhor, queres tu dizer na tua que a merda é dinheiro, Não, majestade, é o dinheiro que é merda, e eu estou em muito boa posição para o saber, de cócoras, que é como sempre deve estar quem faz as contas do dinheiro dos outros. Este diálogo é falso, apócrifo[4], calunioso, e também profundamente imoral, não respeita o trono nem o altar, pões um rei e um tesoureiro a falar como arrieiros em taberna, só faltava que os rodeassem inflamâncias de maritornes[5], seria um desbocamento completo, porém, isto que se leu é somente a tradução moderna do português de sempre, posto o que disse o rei, A partir de hoje, passas a receber vencimento dobrado para que te não custe tanto fazer força, Beijo as mãos de vossa majestade, respondeu o guarda-livros.”
José Saramago, Memorial do Convento

1. Indica as características da personalidade do rei presentes neste excerto, exemplificando com elementos textuais.
2. Explica, por palavras tuas, o sentido das expressões sublinhadas no contexto em que estão inseridas:
· “(…) ainda acabamos por ver o fundo ao saco(…)”
· “(…) isso se passa em Portugal, que é um saco sem fundo (..)”
3. A complexidade do estatuto do narrador de Memorial do Convento está bem presente nesta passagem da obra.
3.1. Aponta dois momentos em que o narrador utiliza um tom irónico em relação ao rei.
3.2. Sinaliza as passagens em que o narrador, assumindo a sua omnisciência, reflecte sobre a sua própria escrita.

4. Como sabes, o verbo haver, conforme o seu significado, pode empregar-se em todas as pessoas ou apenas na 3ª pessoa do singular.
4.1. Indica em qual das frases o verbo haver está na pessoa errada:
a. O rei entedia que eles haviam de construir um convento maior.
b. A gastar daquele modo, eles haverão de ver o fundo ao saco.
c. Foram muitos os governantes que se houveram com o mesmo problema.
d. O dinheiro não era problema, pois haviam dois sacos aonde ir buscá-lo.
e. Havia já alguns anos que as dívidas iam aumentando.

B
Pela leitura que fizeste de Memorial do Convento, comenta, num texto de sessenta a oitenta palavras, a relação amorosa de Baltasar e Blimunda por oposição à que o rei e a rainha mantêm.
II
A. Lê o texto que se segue e selecciona a alínea correcta para cada questão:
“Este livro reúne alguns dos textos que mensalmente e ao longo dos últimos anos fui publicando (…). A estranheza do título justifica uma explicação, para que ele não passe como um mero exercício de estilo.
Quando era pequeno — muito pequeno, talvez oito ou dez anos — lembro-me de estar deitado na banheira, em casa dos meus pais, a ler um livro de quadradinhos. Era uma aventura do David Crockett, o desbravador do Kentucky e do Tenessee, que haveria de morrer na mítica batalha do Forte Álamo. Nessa história, o David Crockett era emboscado por um grupo de índios, levava com um machado na cabeça, ficava inconsciente e era levado prisioneiro para o acampamento índio. Aí, dentro de uma tenda, dia e noite, molhando-lhe a testa com água, havia uma índia muito bonita — uma “squaw”, na literatura do Far-West — que cuidava dele, dia e noite, molhando-lhe a testa com água, tratando das suas feridas e vigiando o seu coma. E, a certa altura, ela murmurava para o seu prostrado e inconsciente guerreiro: “não te deixarei morrer, David Crockett!”
Não sei porquê, esta frase e esta cena viajaram comigo para sempre, quase obsessivamente. Durante muito tempo, preservei-as à luz do seu significado mais óbvio: eu era o David Crockett, que queria correr mundo e riscos, viver aventuras e desvendar Tenessees. Iria, fatalmente, sofrer, levar pancada e ficar, por vezes inconsciente. Mas ao meu lado haveria sempre uma índia, que vigiaria o meu sono e cuidaria das minhas feridas, que me passaria a mão pela testa quando eu estivesse adormecido e me diria: “não te deixarei morrer, David Crockett!” E, não só por isso, eu sobreviria a todos os combates. Banal, elementar.
Porém, mais tarde, comecei a compreender mais coisas sobre as emboscadas, os combates e o comportamento das índias perante os guerreiros inconscientes. Foi aí que percebi que toda a minha interpretação daquela cena estava errada: o David Crockett representava sim a minha infância, a minha crença de criança numa vida de aventuras, de descobertas, de riscos e de encontros. Mas mais, muito mais do que isso: uma espécie de pureza inicial, um excesso de sentimentos e de sensibilidade, a ingenuidade e a fé, a hipótese fantástica da felicidade para sempre. (…)”
Miguel Sousa Tavares, Não Te Deixarei Morrer, David Crockett

Selecciona a opção correcta para cada questão.

1. Com a afirmação “esta frase e esta cena viajaram comigo para sempre”, o autor quer dizer que
a. se sentia marcado para toda a vida por aquela frase e aquela cena.
b. transportava consigo, sempre que viajava, um livro de David Crockett.
c. se lembrava daquela frase e daquela cena sempre que viajava.
d. tinha aquela frase gravada na pasta que usava em viagem.

2. Na frase iniciada por “Foi aí que” , o autor assinala o momento em que
a. leu a história aventurosa e acidentada do desbravador David Crockett.
b. tomou consciência de que David Crockett era o símbolo da sua infância.
c. sentiu a necessidade de preservar na memória o herói David Crockett.
d. julgou que era David Crockett, o mítico combatente de Forte Álamo.

3. A perífrase verbal em “e ao longo dos últimos anos fui publicando” traduz uma acção
a. momentânea, no passado.
b. repetida, do passado ao presente.
c. apenas começada, no passado.
d. posta em prática, no momento.

4. A locução “para que” permite estabelecer na frase uma relação de
a. causalidade.
b. completamento.
c. finalidade.
d. retoma.

5. O uso do travessão duplo justifica-se pela necessidade de
a. destacar uma explicitação.
b. registar falas em discurso directo.
c. marcar alteração de interlocutor.
d. sinalizar uma conclusão.

6. O uso repetido do nome “David Crockett”
a. constitui um mecanismo de coesão lexical.
b. assegura a progressão temática.
c. constitui um processo retórico.
d. assegura a coesão interfrásica do texto.

7. Assinala se as afirmações são verdadeiras (V) ou falsas (F):
a. O segmento textual “Este livro reúne alguns dos textos que mensalmente e ao longo dos últimos anos fui publicando” constitui um acto ilocutório directivo.
b. O constituinte “inconsciente” em “Nessa história, o David Crockett (…) ficava inconsciente” desempenha, na frase, a função de predicativo do sujeito.
c. Os vocábulos “batalha” e “combates” mantêm entre si uma relação de antonímia.
d. O antecedente do pronome relativo “que” é “uma índia muito bonita” .
e. Em “molhando-lhe a testa com água, tratando das suas feridas e vigiando o seu coma”, as formas verbais “molhando”, “tratando” e “vigiando” traduzem o modo continuado como a índia cuidava de David Crockett.
f. Na frase “ela murmurava para o seu prostrado e inconsciente guerreiro” ,os adjectivos têm um valor restritivo.
g. Em “não te deixarei morrer, David Crockett” ,“te” e “David Crockett” são referências deícticas pessoais.
h. Na frase “preservei-as à luz do seu significado mais óbvio” , o referente de “as” é “esta frase e esta cena” .
i. A frase “que vigiaria o meu sono” é subordinada relativa restritiva.
j. O conector “Porém” introduz uma relação de oposição entre o que anteriormente foi dito e a ideia exposta posteriormente.

III
Selecciona apenas uma hipótese e constrói um texto coerente entre cento e cinquenta e duzentas palavras:
a. Reflecte sobre os malefícios da televisão e da vida sedentária.
b. Elabora um texto onde tenhas em conta as alterações climáticas, o aquecimento global, as tuas preocupações ambientais e o que fazes para melhorar o mundo.
c. Considera, no romance Memorial do Convento, de José Saramago, a relação entre o título e o conteúdo e refere a importância que o aspecto mencionado assume no universo da obra.



Notas de rodapé:
[1] Superior religioso de uma província eclesiástica
[2] Tesoureiro da casa real.
[3] Livro ou volume com formato de folha de impressão dobrada ao meio.
[4] Não autêntico
[5] “Maritornes”- personagem de D. Quixote, criada asturiana numa hospedaria, bem feita de corpo, mas feia e ordinária; “inflamâncias”- exaltações, entusiasmos.
BOM TRABALHO!!!!
A professora: Lucinda Cunha

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Cartoons que podem ser utilizados numa oficina de escrita

TEMA: infidelidade
TEMA: inconvenientes do progresso

TEMA: corrupçãpo

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Oficina de escrita

Num texto bem estruturado, escreve um texto sobre as alterações climáticas, o aquecimento global e a destruição do nosso planeta.
Para aperfeiçoares a escrita só existe uma solução: escrever, escrever, escrever. Se quiseres, entrega ao teu professor de Português para que ele corrija ou teu texto, ou envia para o meu endereço electrónico
que terei todo o prazer em fazê-lo.

Correcção ortográfica

Certamente já conhecerás esta carta disparatada que a seguir se transcreve. Um bom exercício será corrigir os erros nela presentes. Assim divertes-te e trabalhas ao mesmo tempo!
Uma outra opção será trabalhá-la quando se der a carta e a sua estrutura. Aqui está:


Carta de uma mãe Alentejana para um filho que está na Bósnia
Mê querido filho:
Escrevo-te algumas linhas apenas pra saberes que tou viva. Estou-te a escrever devagar, pois sei que nã sabes lêr depressa.Nã vás reconhecer a nossa casa quando voltares, pois nós mudamo-nos. Temos uma máquina de lavar rôpa, mas nã trabalha muito bem, a semana passada pus lá catorze camisas, puxei a corrente e nunca mais as vi.Acerca do tê pai, ele arranjou um bom emprego, tem 1500 homens debaixo dele, pois agora está cortando a relva do cemitério.A magana da tua irmã Maria teve bebé esta semana, mas sabes, eu nã consegui saber sé menino ou menina, portanto nã sei sês tio ó tia.A tê ti Patricio afogou-se a semana passada num depósito de vinho, lá na adega cuprativa, alguns compadris tentaram salvá-lo mas sabes, ele lutou bravamente contra eles. O corpo foi cremado mas levou três dias pra apagar o incêndio.Na quinta-feira fui ao médico e o tê pai foi comigo. O médico pôs-me um pequeno tubo na boca e disse-me pra nã falari durante dez minutos. Atão nã sabes que o tê pai ofereceu-se logo pra comprar o tubo ao médico.Esta semana só chuveu duas vezes. Na primeira vez chuveu durante três dias e na segunda durante quatro dias. Na segunda fêra teve tanto vento que uma das galinhas pôs o mesmo ovo quatro vezes.Recebemos uma carta do cangalhero que informava que se o último pagamento do enterro da tua avó nã fôr fêto no prazo de sete dias, devolvem-na.Olha mê filho cuida-te.Nã te esqueças de beber muito lête todas as nôtes, antes de interrares os cornos na fronha.Um BêjoJaquina do Chaparro
PS: Era pra te mandar 5 contos, mas já tinha fechado o envelope, nã tos mandei. Fica pra próxima.

Ficha de trabalho sobre o filme "A Odisseia" (com Armand Assante como protagonista)


FICHA DE TRABALHO SOBRE O FILME “A ODISSEIA”



Lê as questões com atenção e assinala a resposta correcta:
(as respostas estão destacadas)


1. Ulisses era rei de
Tróia
Ítaca
Creta

2. Quantos anos durou a guerra de Tróia?
8
10
12

3. Que deus castigou Ulisses pela sua arrogância?
Ares
Zeus
Poseidon

4. Que tipo de monstro encontraram Ulisses e os seus homens no regresso a casa?
Ciclope
Medusa
Gigante

5. Como se chamava?
Polifemo
Cila
Caribdis

6. O que é que os homens e Ulisses comeram na sua gruta?
mel
pão
queijo

7. Quantos homens matou?
1
2
3

8. O que é que Eolo meteu no saco de Ulisses?
fogo
água
vento

9. Quem era Penélope?
a mãe de Ulisses
uma feiticeira
a mulher de Ulisses

10. Que comeu Ulisses para não ser enfeitiçado pela Circe?
frutos silvestres
erva
mel

11. Quantos anos ficou Ulisses com a Circe?
5
4
3

12. Como morreu a mãe de Ulisses?
De um ataque
suicídio
homicídio

13. Porque foi Ulisses ao reino dos mortos?
Para ver a mãe
Para ficar rico
Para saber o caminho de casa

14. Que eram Sila e Caribdis?
Dois monstros
Duas bruxas
Duas deusas

15. Quem foi à procura de Ulisses?
Telémaco
Eurímaco
Euríloo

16. Porque é que Hermes foi falar com Calipso?
Era apaixonado por Calipso
Foi cumprir uma ordem de Zeus
Estava de passagem

17. Como é que Ulisses saiu da ilha de Calipso?
A nado
Foi salvo por um navio
Construiu uma jangada

18. Quem contou aos pretendentes do trono que Penélope nunca iria terminar a tapeçaria?
Eurímaco
Eumeu
Melante

19. Como é que Ulisses consegue entrar em sua casa sem ser reconhecido?
A deusa disfarça-o de mendigo
Esconde-se e entra de noite
Cobre-se para não o reconhecerem

20. Quantos anos esteve Ulisses sem ver a sua casa?
10
15
20


BOM TRABALHO!!!
Lucinda Cunha

Teste sobre Os Maias, 11º ano

Os testes do Secundário seguem a estrutura dos Exames Nacionais:
I
A

Lê atentamente o texto que se segue.

“Vilaça, sem óculos, um pouco arrepiado, passava a ponta da toalha molhada pelo pescoço, por trás da orelha, e ia dizendo:
− Então o nosso Carlinhos não gosta de esperar, hem? Já se sabe, é ele quem governa… Mimos e mais mimos, naturalmente…
Mas o Teixeira, muito grave, muito sério, desiludiu o Sr. administrador. Mimos e mais mimos, dizia Sua Senhoria? Coitadinho dele, que tinha sido educado com uma vara de ferro! Se ele fosse a contar ao Sr. Vilaça! Não tinha a criança cinco anos já dormia num quarto só, sem lamparina; e todas as manhãs, zás, para dentro de uma tina de água fria, às vezes a gear lá fora… E outras barbaridades. Se não soubesse a grande paixão do avô pela criança, havia de se dizer que a queria morta. Deus lhe perdoe, ele, Teixeira, chegara a pensá-lo… Mas não, parece que era sistema inglês! Deixava-o correr, cair, trepar às árvores, molhar-se, apanhar soalheiras, como um filho de caseiro. E depois o rigor com as comidas! Só a certas horas e de certas coisas… e às vezes a criancinha com os olhos abertos, a aguar! Muita, muita dureza!
E o Teixeira acrescentou:
− Enfim, era a vontade de Deus, saiu forte. Mas que nós aprovássemos a educação que tem levado, isso nunca aprovámos, nem eu, nem a Gertrudes.
Olhou outra vez o relógio, preso por uma fita negra sobre o colete branco, deu alguns passos lentos pelo quarto: depois, tomando de sobre a cama a sobrecasaca do procurador, foi-lhe passando a escova pela gola, de leve e por amabilidade, enquanto dizia, junto ao toucador onde o Vilaça acamava as duas longas repas sobre a calva:
− Sabe Vossa Senhoria, apenas veio o mestre inglês, o que lhe ensinou? A remar! A remar, Sr. Vilaça, como um barqueiro! Sem contar o trapézio, e as habilidades de palhaço; eu nisso nem gosto de falar… Que eu sou o primeiro a dizê-lo: o Brown é boa pessoa, calado, asseado, excelente músico. Mas é o que eu tenho repetido à Gertrudes: pode ser muito bom para inglês, mas não é para ensinar um fidalgo português… Não é. Vá Vossa Senhoria falar a esse respeito com a Sr.ª D. Ana Silveira…
Bateram de manso à porta, o Teixeira emudeceu. Um escudeiro entrou, fez sinal ao mordomo, tirou-lhe do braço respeitosamente a sobrecasaca, e ficou com ela junto do toucador, onde o Vilaça, vermelho e apressado, lutava ainda com as repas rebeldes.
O Teixeira, da porta, disse com o relógio na mão:
− É o jantar. Tem Vossa Senhoria dois minutos, Sr. Vilaça.
E o administrador daí a um momento abalava também, abotoando ainda o casaco pelas escadas.
Os senhores já estavam todos na sala. Junto do fogão, onde as achas consumidas morriam na cinza branca, o Brown percorria o Times. Carlos, a cavalo nos joelhos do avô, contava-lhe uma grande história de rapazes e de bulhas; e ao pé o bom abade Custódio, com o lenço de rapé esquecido nas mãos, escutava, de boca aberta, num riso paternal e terno.
− Olhe quem ali vem abade – disse-lhe Afonso.
O abade voltou-se, e deu uma grande palmada na coxa:
− Esta é nova! Então é o nosso Vilaça! E não tinham dito nada! Venham de lá esses ossos, homem!...
Carlos pulava nos joelhos do avô, muito divertido com aqueles longos abraços que juntavam as duas cabeças dos velhos – uma com as repas achatadas sobre a calva, outra com uma grande coroa aberta numa mata de cabelo branco.”
Eça de Queirós, Os Maias



1. Situa a acção no espaço e refere o motivo que levou Afonso da Maia a instalar-se naquele local.
2. Explicita a expressividade das comparações usadas pelo Teixeira, quando este se refere à educação de Carlos.
3. “Vá Vossa Senhoria falar a esse respeito com a Sr.ª D. Ana Silveira…”. Refere em que medida a educação de Carlos e a de Eusebiozinho diferem e como é que essas diferenças vão condicionar o futuro de ambos.
4. Explica a expressividade dos diminutivos sublinhados e dá exemplos de um uso diferenciado, também nesta obra.
B

“O Realismo surgiu para combater o Romantismo.”
Num texto entre 60 a 100 palavras, comenta a afirmação transcrita, num texto bem estruturado.

II
Lê atentamente o seguinte texto:


A Biblioteca Nacional comprou em Junho um conjunto de manuscritos de Eça de Queirós desaparecidos há mais de 100 anos e que se julgavam perdidos. A compra foi em tudo especial: por causa da surpresa, mas também do dinheiro investido.
Os documentos são os manuscritos do livro A Correspondência de Fradique Mendes, no qual Eça de Queirós estava a trabalhar quando morreu (em 1900) (…).
O conjunto inclui mais de 300 páginas de provas de tipografia, recortes de jornal e manuscritos (a maioria), e já foi limpo e reparado.
A Biblioteca Nacional (BN) comprou-o num leilão por 50 mil euros, quase metade do orçamento anual para compras de obras raras. (…)
Este é talvez o último manuscrito importante de Eça que ainda estava em mãos privadas (pertencia à biblioteca de Salema Garção) e surgiu – para total surpresa dos especialistas – depois de 30 anos de um deserto quase total.
Desde 1975, quando a BN comprou o espólio de Eça (14 caixas), o Estado adquiriu apenas algumas páginas e pequenos fragmentos de pequena importância. (…) Especialistas de “várias sensibilidades” confirmaram a autenticidade e a importância dos manuscritos, perante isso, [o director da BN] sentiu que tinha de ir “o mais alto possível, quem sabe além do possível e imaginário”. (…)
Carlos Fradique Mendes, a personagem do livro, “apresentou-se ao público português em Agosto de 1869 com quatro poemas ditos ‘satânicos’, que fizeram sensação”, diz Irene Fialho, da equipa para a edição crítica das obras de Eça. As poesias eram uma criação colectiva de Eça, Antero de Quental e Batalha Reis. Eça, porém, deu várias vidas a Fradique e trabalhou a personagem ao longo de 20 anos e até morrer.
Logo em 1870, Fradique surge em o Mistério da Estrada de Sintra (que Eça publicou com Ramalho Ortigão) e aí já não é só um poeta mas um “homem verdadeiramente original, superior, que toca violoncelo na perfeição”, diz Fialho.
E não se ficou por aqui. Quinze anos depois, com mais “biografia e intelecto”, Fradique surge de novo, agora através de um narrador anónimo que primeiro o achou pedante e depois ficou fascinado. E só depois Eça começa então a montar os manuscritos que resultaram no livro A Correspondência de Fradique Mendes – publicado já depois da sua morte – e que são os que a Biblioteca comprou. (…)
A personagem de Fradique, considerada “um marco de modernidade literária”, tem alguns traços em comum com Eça, um perfeccionista. “Enviesadamente (em registo ficcional e paródico) há em Fradique alguma coisa do Eça obcecado pela perfeição”, diz Carlos Reis. Um Eça que reescreveu vários dos seus livros.” (…)
Bárbara Reis, “Cadernos Público na Escola”, in Público, 10 de Outubro de 2004 (texto com supressões)

1. Identifica a alínea correcta:

1.1. A aquisição dos manuscritos do livro A Correspondência de Fradique Mendes

a) foi uma opção de aquisição banal para a Biblioteca Nacional.
b) constituiu um acontecimento esperado para os especialistas.
c) representou um esforço económico inédito para a Biblioteca Nacional.

1.2. Os manuscritos mais importantes de Eça

a) encontram-se distribuídos entre o estado e privados.
b) encontram-se todos na posse do estado.
c) encontram-se dispersos por vários proprietários, portugueses e estrangeiros.

1.3. Inicialmente uma personagem de criação colectiva, a personagem Fradique Mendes

a) passou a personagem frequente de grande parte da ficção queirosiana.
b) apresenta traços comuns, em registo romântico, com Eça de Queirós.
c) foi longa e laboriosamente trabalhada por Eça de Queirós.

1.4. De acordo com Carlos Reis,

a) a semelhança entre Eça e Fradique é obvia, pese embora o registo parodístico.
b) enquanto escritor, Eça tinha um nível de auto-exigência absolutamente mediano.
c) a relação entre Fradique e Eça é questionável.


2. Diz se as afirmações são verdadeiras (V) ou falsas (F):

a. A deixis pessoal é assinalada através dos pronomes pessoais e possessivos e da flexão verbal.
b. Os deícticos temporais estão presentes através dos tempos verbais e de locuções adverbiais temporais.
c. A deixis discursiva recorre a advérbios e locuções adverbiais de lugar e aos demonstrativos.
d. Entende-se por deixis o fenómeno de referenciação que permite estabelecer a relação formal de enunciação de uma mensagem por um sujeito, num espaço e num tempo determinado.
e. A catáfora é a expressão referencialmente não autónoma que retoma, total ou parcialmente, o valor referencial do antecedente.


3. Responde às questões.

3.1. Os verbos impessoais não possuem sujeito, sendo apenas usados na terceira pessoa do singular. Assinala as frases que achares que estão incorrectas:

a) Na conferência, haviam vários participantes vindos de África.
b) Houveram momentos dramáticos durante a operação de salvamento.
c) Fazem dois meses que ele partiu.
d) Penso que devem haver mais doentes infectados.

3.2. Assinala a frase que está mal construída:
a) Faz frio.
b) Devem haver mais pães na cozinha.
c) Havia motivos para ele estar zangado.
d) Faz hoje uma semana que regressei do Brasil.



3.3. Assinala a alínea em que há um erro:
a) Eles haveriam de recordar aquela conversa uns tempos mais tarde.
b) Ao som da música, houve pessoas que dançaram toda a noite.
c) Eles defendiam que deviam haver leis mais duras contra a corrupção.
d) Era melhor afastarem-se, pois podia haver complicações.

3.4. Assinala a alínea em que há um erro de concordância verbal:
a) Fui eu que pediu para ser recebido pelo Capitão.
b) A maior parte das pessoas vivia na miséria.
c) Eram quase dez horas da noite.
d) Tu és quem representa todos nós.

III
Comenta o cartoon que se segue num texto entre 160 e 200 palavras.

Estou de volta!!!!!


Jovens, lamento ter andado afastada.

Já estou de volta e prometo muito material novo em breve par o 3º ciclo e Secundário.
Beijinhos!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!